Memória Virtual

Obs.: página iniciada em 11/11/2009, às 08:42

coreto: um encontro com o passado

Em 2009, já na criação do Catálogo online, iniciamos essa página como meio para trazer a consciência, do público alvo, valores humanos ligados a nossa origem musical por meio da:

Lembrança de instrumentistas, compositores, arranjadores, regentes, produtores, pesquisadores:

 A) relacionados as Bandas Filarmônicas (Bandas de Música);
 B) relacionados ao desenvolvimento de aspectos históricos da MPB;
C) relacionados a Música folclórica e a Música erudita brasileira.

Agora contamos com dois tipos de apoio, um proveniente da Lab/PE e ou do Funcultura. Apresentaremos em blocos separados os nomes que realizamos levantamento e montamos página relacionada.

O brasileiro esquece rápido ou não acompanha o sentido da História, possivelmente porque nossa memória coletiva é curta e restrita. A cultura e a arte também se alimentam de Memória e sem ela perderemos o sentido de evolução e desenvolvimento indicados por muitas personagens que não se encontram entre nós, apenas por da Memória.

___________________________  In Memoriam (apoio Lab/PE)

    • Aldir Blanc  
      Abrimos este novo momento do Catálogo online Bandas de Música de Pernambuco homenageando a memória do médico, compositor, escritor, letrista, pesquisador Aldir Blanc. Muitos representantes do poder público ao elaborar a LAB foram solidários a artistas, produtores, fazedores de vários nichos da cultura brasileira. (Lab/PE).
    • Severino Araújo
      Clarinetista, compositor, regente da Tabajara por 70 anos (1917 Limoeiro/PE – 2012 RJ)  – (Lab/PE).
    • Antônio Sapateiro
      Tocou trompete e bombardino na banda da PMPE sob o comando do Capitão Zuzinha. Compôs Luzia no Frevo (1892/1940 – Recife) – (Lab/PE).
    • Otaviano do Monte (Chocho)
      Violonista, cavaquista, bandolinista, compositor com muitos chorinhos. Foi o mais velho dos chorões pernambucanos em atividade  (1924/2020) – (Lab/PE).
    • Evandro Rabello
      Folclorista descobriu a citação da palavra e sentido “Frevo” (Macujê 1935, Recife 2015) – (Lab/PE).
    • Valdemar de Oliveira – Compositor, pianista, regente, musicólogo, teatrólogo, professor, pesquisador, médico. Autor de Frevo, Capoeira e Passo (Recife 1900/1977) – (Lab/PE).
    • Alcides Leão
      Compositor, Instrumentista, Maestro, Arranjador, Orquestrador (1916 Capina Grande-PB – 1993 Recife-PE)  – (Lab/PE).
    • Ariano Suassuna
      Pesquisador da cultura nordestina criou o Movimento Armorial (Parahyba do Norte 1907/ Recife 2014)  –  (Lab/PE).

_____________________  In Memoriam (apoio Funcultura)

    • José Nunes de Souza
      Maestro Nunes (compositor, arranjador, professor – Vicência 1931  /  Paulista 2016)
    • Sr. Cunha
      (José Firmino da Silva, trompetista, Timbaúba 1932 / 2019). Iniciou na Pé de Cará aos 11 anos, tornou-se referência. Em 01/11/ 2014 a Banda completou 92 anos.  Esse registro mostra o amor do músico pela Banda e pelo trompete (pistom).

    • Nilson Perreli – “entre a velha e a nova Euterpina”
      (colaborador da Euterpina de Timbaúba/PE –  15/10/2016)
      Um dos responsáveis pelo retorno da Banda no início dos anos 90. Mesmo não sendo músico Perreli defendia a importância da Banda de Música no interior, como ambiente de formação e cidadania. Falou sobre: fundada em 1929 e atividades suspensas em 1960, retorno em 1989, a organização da sociedade civil como agente de modificação, Renan Pimenta (in memoriam), a atual diretoria e regência que mantém a Euterpina. O Sr. Perreli é um interessante estudo de caso, pois soube como canalizar várias e diferentes forças para restaurar e manter a nova Euterpina de Timbaúba.
    • Otávio Gusmão
      Por 72 anos foi integrante ativo da Banda 22 de Novembro, percussionista-baterista, é um belíssimo exemplo de amor a Música e a Banda. Aos 84 anos, tocando e fazendo parte do conselho fiscal, estava sempre presente aos ensaios e apresentações. Memória viva da instituição. (clipe biográfico)
    • Clóvis Assis Aragão
      “Nanã” (instrumentista e compositor Santa Cruz do Capibaribe 1929/ Caruaru 2015). Em 2012 aos 85 anos continuava compondo, e sem utilizar instrumentos para tal. “Nanã”, fez arranjos e composições executadas, gravadas e como músico tocou também em Bandas de Música e Orquestras de Frevo. 

    • Manoel dos Passos Santos
      (Sr. Passos. Nascido em 1943 em Jaguaribe Itamaracá/PE, Itapissuma 2017. Músico e dirigente da Sociedade Musical 1º de Maio de Itapissuma. Iniciou em Música no Liceu de Artes e Ofício em Recife. Colaborou na formação da Banda Musical Alvorada (Itamaracá/1969).

    • Joaquim Pereira de Oliveira
      (maestro, compositor, arranjador e professor, Caiçara–Paraíba 1910 / 1994)
    • José Ramos da Justa
      Zé da Justa (maestro, compositor, professor João Pessoa 1910 / Palmares 2003)
    • Padre Chromácio – arranjador, regente, professor, diretor musical / Jaboatão 1951
    • Moacir Santos
      (instrumentista, arranjador, compositor, maestro Flores 
      1926 / Los Angeles 2006)
    • Lourival Oliveira
      (compositor, clarinetista, arranjador, professor, Patos-PB 1918  / Recife 2000)
    • Airton Barbosa
      (fagotista, compositor, professor, Bom Jardim 1942 / Rio de Janeiro 1980)
    • Airton Barbosa (site do Grêmio Bonjardinense) 
      (fagotista, compositor, professor, Bom Jardim 1942 / Rio de Janeiro 1980) 
    • Dimas Sedicias
      (Maestro, compositor, arranjador, professor, Bom Jardim 1930 / Recife 2001)
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programa radiofônico, da década de 1960, realizava concurso de Bandas Musicais do Interior, patrocinado pela “Argos Industrial de São Paulo S/A”.

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Fundamentação de Valor
opapeldasbandasUtilizaremos como base de referência para justificar a importância da Memória, da Lembrança e do Patrimônio dai organizados. O conceito é baseada na obra do sociólogo Renan Pimenta: O Papel das Bandas de Música no Contexto Social, Educacional e Artístico. Via como fundamental evidenciar a memória afetiva das Bandas, da MPB, seus criadores e divulgadores como um dos princípios consolidadores para continuidade da Música do Brasil.

Memória e Identidade
Renan Pimenta via nesse laço entre Música, Cultura e Arte o fortalecimento paradidático, um ponto de partida para o respeito pela compreensão do conhecimento de conteúdo e não pela imposição inadequada ou subjugada ao jugo de interesses escusos a verdade da Música. Aprende-se com o passado. A percepção de valor, por meio da qual reconhecemos os significados originais, desígnios construtivos, indicativos de atavismo seminal e hibridismo racial em personalidades, suas obras criadas e pensamentos criados no passado (próximo e distante). 

Dez anos depois vivemos a experiência dolorosa com a pandemia que passamos em 2020, se intensificou em 2021.  Perdemos muitos brasileiros para Covid. Espero de coração que a Memória possa colaborar para criarmos dias melhores aprendendo com lições com a vida de pessoas que viveram antes nós. 

CONSTRUÇÃO DE  MEMÓRIA VIRTUAL-MUSICAL
(OBRAS E AÇÕES)
estação central do recife inicio sec XX

Estação Central do Recife, inaugurada em 1885 pela empresa inglesa Great Western (fonte: http://tokdehistoria.com.br/)

Espaço para a Memória Virtual-Musical como meio para homenagear personalidades oriundas deste específico universo cultural-musical. O objetivo é divulgar a memória do trabalho realizado por maestros, regentes, compositores, arranjadores, instrumentistas, copistas, pesquisadores, escritores, colaboradores e entusiastas das Bandas de Música  em Pernambuco. Muitas personalidades, em quase dois séculos de história destas instituições em Pernambuco, colaboraram para criação, desenvolvimento e manutenção das Bandas, Filarmônicas, Associações e Sociedades Musical existentes em todo estado (2014)

MEMORIA VIRTUAL DAS BANDAS

Curica - Goiana

Curica – Goiana

Por analogia, nossa memória tem início em 1848, quando foi constituída a primeira Banda de Pernambuco (Banda Musical Curica). Assim estamos falando em memória musical que conta também o processo de evolução pernambucano. São 173 anos de atividade artístico-etnográfico e pedagógico-cultural. Desde então as Bandas elaboram a Memória de seus Municípios de origem, numa continuidade secular desenvolvida diariamente, um tipo de memória de organização social específica, perpetuada por esta e várias outras instituições em nosso Estado. Contamos com a colaboração das Bandas de origem, para a criação deste conteúdo. Solicitamos aos que queiram colaborar com textos, imagens ou outros documentos sobre tais personagens, ou a história das Bandas em Pernambuco enviem-nos material para veiculação do mesmo.

A banda é um grupo artístico musical de interação social, composto de várias pessoas que se unificam formando uma só classe: músicos. Vê-se na banda de música pessoas de idades diferentes. Mais velhos tocando ao lado de adolescentes, pretos tocando ao lado de brancos, pai tocando ao lado do filho, todos sem diferenças, executando seus instrumentos. Respeitando-se entre si para que a interpretação seja a mais emocionante possível e envolva o público. Para isso a é fundamental que os integrantes vivam intensamente suas verdades sabendo reconhecer o campo de ação do outro.

Banda de Música da Empresa Pernambuco Tramwais, numa apresentação na década de 20 (século XX)

“A memória não é apenas uma experiência individual, privada, mas também faz parte do domínio coletivo, a memória tornou-se um tema importante tanto na historiografia quanto nos estudos culturais. “

A criação deste “Memorial Virtual” é um espaço específico, dentro do Catálogo Online Bandas de Música de Pernambuco, foi criado para manter ideias e modos de agir dos muitos Mestres Regentes, Compositores, Escritores, Pesquisadores e grandes instrumentistas que se destacaram em suas trajetórias. Entre nós a grande variedade de instrumentistas, perspicazes e dedicados a Música, tornaram “nosso Estado em grande celeiro de talentos”. 

quadro do músico e artista plástico Edierk José, de Afogados da Ingazeira, ex-integrante da Banda Padre Cottart

quadro do músico e artista plástico Edierk José, de Afogados da Ingazeira, ex-integrante da Banda Padre Cottart

..MEMÓRIA, HISTÓRIA e CULTURA 
Memória é um importante meio, ou elo entre História (fato) e Cultura (ação da criação humana). Por entre estes caminhos você poderá coletar dados, buscar provas, registrar, analisar, comparar o que se pensa, o que se faz, o que se diz. Mais que isso: comprovar!

MEMÓRIA  HUMANA
(acervo cultural e estético intuitivo)

Há vários tipos de memória, mas chamo sua atenção para o “Atavismo”. Ou a capacidade de ressurgir num descendente distante, sem sucessão cronológica, num salto de tempo, entre ele e seu ancestral primordial, distante, que gerou o traço que  ressurge, ou reaparece nesse seu descendente distante atual. Muitas vezes sem que o descendente, distante, e atual não compreenda, ele percebe uma determinada característica que traz um saber contido em si, o traço ou a habilidade originada torna a experiência restrita ao modo de comportamento desenvolvido. Em nossa origem, ou no cruzamento que gerou a brasilidade, há conexão atávica oriunda de índios e negros que se apresentam principalmente n’arte e cultura brasileira. Muito de nossa arte e cultura tem no atavismo a base do talento criacional e funcional do conhecimento popular brasileiro.

Memória atávica está presente em traços que desapareceram fenotipicamente, e não necessariamente desapareceram a partir do DNA de um organismo.  A sequência do gene permanece muitas vezes, mas inativo. Tal gene pode permanecer não utilizado no genoma, ou inativo, durante muitas gerações.

MEMÓRIA ORGANIZADA
Nela você poderá ver História como leis que estão contidas nos fatos. Lógica entre pensamentos coordenados e interligados, comprováveis por meio de dados expostos pela razão científica. 
“A memória faz parte do processo de conhecimento, sendo considerada fundamental para guardar as lições tiradas do passado”. A memória é útil para o processo evolutivo pela capacidade de arquivar, de modo gradativo, individual ou coletivo, lições apreendidas por acumulação, contudo intensificadas por associação de novos significados, algo presente na Música. Acho que entre nós a mistura de raças fez, e faz muita gente receber de outro bem distante.

MEMÓRIA COLETIVA 
É a memória de um grupo de pessoas, tipicamente passadas de uma geração para a seguinte, ou ainda a memória compartilhada de um grupo, família, grupo religioso, étnico, classe social ou nação.  Durkheim que observou como as representações coletivas do mundo, incluindo as do passado, tinham suas origens na interação de entidades coletivas desde o início e que não poderiam ser reduzidas a contribuições de indivíduos; eventos e experiências lembrados são raramente constituídos por indivíduos à parte de outros ou de seu grupo social. (fonte: Wikipédia)

MEMÓRIA CULTURAL
Memória não é apenas uma experiência individual e privada, mas também parte do domínio coletivo, a memória cultural tornou-se um tópico tanto na historiografia (Pierre Nora, Richard Terdiman) quanto nos estudos culturais (por exemplo, Susan Stewart). Estes enfatizam o processo da memória cultural (historiografia) e suas implicações, e objetos (estudos culturais), respectivamente. 

Surgiram duas escolas de pensamento:

* Uma delas articula que o presente molda nossa compreensão do passado.

* A outra pressupõe que o passado influenciou nosso comportamento atual. 

No entanto, foi apontado (principalmente por Guy Beiner) que essas duas abordagens não são necessariamente mutuamente exclusivas. Crucial para a compreensão da memória cultural como fenômeno é a distinção entre memória e história. Pierre Nora (1931) propôs essa distinção, apontando um nicho entre a história e a memória.

À medida que as pessoas perceberam que a história era apenas uma versão do passado, passaram a se preocupar cada vez mais com sua própria herança cultural (em francês, patrimoine) o que as ajudou a formar uma identidade coletiva e nacional.
(Fonte: Wikipédia)

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Catálogo online Upgrade 2020 – Para continuidade em 2021
(Proposta com apoio da Lei Aldir Blanc)
……….  12ª atualização – 21/03/21
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